Vasculhando meu acervo de fotografias digitalizadas, voltei no tempo até a minha penúltima foto mais antiga. Uma foto em preto e branco. A primeira para um “documento” oficial: a carteira de estudante; minha identificação como aluno do Ginásio Santana, atual Colégio Cenecista.
Recordo-me do dia que fui fotografado. Foi num dia de sábado, numa
manhã de março de 1972, que levantei cedo, coloquei a camisa que mais
gostava; a mesma que ganhei de presente de Natal, do pároco da Paróquia
de São Cristóvão, da qual era coroinha. No final do ano anterior ele
presenteou a todos os ajudantes de sua paróquia. Eu tinha um cuidado
todo especial com essa camisa porque foi o presente mais precioso que
havia ganhado até aquela época. Logo, ela deveria fazer parte desse
momento importante de minha vida.
Após o café, fui até a frente da Igreja Matriz de Senhora Santana, onde “seu Branquinho”, fotógrafo, ganhava seus trocado tirando “retratos” dos transeuntes interessados, com sua câmera tipo “lambe-lambe”. Chegando lá, o encontrei já em atividade. Fiquei observando todo aquele “ritual” que ele fazia colocando a pessoa a frente da câmera, depois posicionando esta para pegar o melhor ângulo; sendo que antes do “clique” definitivo ele ia até o cliente e retornava a câmera, várias vezes, ajustando um e o outro. Era possível que esse “ritual” fosse também uma espécie de marketing do “profissional”.
Chegada a minha vez, um pouco tímido, isso porque o “estúdio” era à frente da Igreja Matriz, dia de feira-livre, avisei que queria uma foto para meu documento estudantil. Depois de toda arrumação e do clique final, fui informado que a quantidade mínima era de seis fotografias e que eu iria recebê-las no mesmo local, oito dias depois.
No sábado seguinte, lá estava eu a frente da Igreja Matriz. Coração palpitando, ansiedade crescente; aguardava o momento de tê-las em minhas mãos, ao alcance de meus olhos... Finalmente pude ver a obra de “seu Branquinho”: “eu”, “imortalizado” numa foto em preto e branco; cabelos bem penteados, olhar tímido, mas expressivos, rosto de adolescente, vestido com a melhor camisa... Sentia-me “realizado”, “orgulhoso”!
Ainda mais feliz fiquei quando recebi alguns dias depois minha carteira de estudante com a foto. Não via a hora de apresentá-la na entrada do Cine Alvorada, quando fosse a uma cessão de cinema. Tanto porque, com ela, o valor da entrada seria reduzido à metade; o que aconteceu várias vezes desde aquele dia...
Não me recordo o fim desse documento, mas a foto atravessou décadas e hoje a vejo como uma preciosidade do meu passado... Saudades!
[De minha autoria]
Após o café, fui até a frente da Igreja Matriz de Senhora Santana, onde “seu Branquinho”, fotógrafo, ganhava seus trocado tirando “retratos” dos transeuntes interessados, com sua câmera tipo “lambe-lambe”. Chegando lá, o encontrei já em atividade. Fiquei observando todo aquele “ritual” que ele fazia colocando a pessoa a frente da câmera, depois posicionando esta para pegar o melhor ângulo; sendo que antes do “clique” definitivo ele ia até o cliente e retornava a câmera, várias vezes, ajustando um e o outro. Era possível que esse “ritual” fosse também uma espécie de marketing do “profissional”.
Chegada a minha vez, um pouco tímido, isso porque o “estúdio” era à frente da Igreja Matriz, dia de feira-livre, avisei que queria uma foto para meu documento estudantil. Depois de toda arrumação e do clique final, fui informado que a quantidade mínima era de seis fotografias e que eu iria recebê-las no mesmo local, oito dias depois.
No sábado seguinte, lá estava eu a frente da Igreja Matriz. Coração palpitando, ansiedade crescente; aguardava o momento de tê-las em minhas mãos, ao alcance de meus olhos... Finalmente pude ver a obra de “seu Branquinho”: “eu”, “imortalizado” numa foto em preto e branco; cabelos bem penteados, olhar tímido, mas expressivos, rosto de adolescente, vestido com a melhor camisa... Sentia-me “realizado”, “orgulhoso”!
Ainda mais feliz fiquei quando recebi alguns dias depois minha carteira de estudante com a foto. Não via a hora de apresentá-la na entrada do Cine Alvorada, quando fosse a uma cessão de cinema. Tanto porque, com ela, o valor da entrada seria reduzido à metade; o que aconteceu várias vezes desde aquele dia...
Não me recordo o fim desse documento, mas a foto atravessou décadas e hoje a vejo como uma preciosidade do meu passado... Saudades!
[De minha autoria]
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