segunda-feira, 5 de setembro de 2016

MINHAS MEMÓRIAS - II - ATÉ ONDE VAI A CRIATIVIDADE?

Observando a foto que ilustra esse texto (peguei na rede mundial), voltei no tempo e revivi um pouco meu tempo de criança e adolescência. Quando se tem criatividade e disposição para agir, a vida se torna mais dinâmica e o homem se torna mais feliz.
Vamos recordar...

E Entre tantas brincadeiras na minha infância e adolescência, gostava de brincar de “pega” (hoje conhecida como “boto”. Uma criança é escolhida para com uma ou as duas mãos tocar nas outras. Estas por sua vez tentarão evitar o toque. A criança que for tocada passará a ser a próxima pegadora e assim sucessivamente.); “esconde-esconde”, onde para me esconder eu entrava em qualquer lugar, mesmo em mata fechada, sem medo algum; “ximbra” (conhecida hoje como “bolinha de gude”, pequenas esferas de vidro); “pinhão” e “finca” (uma pequena barra de ferro pontiaguda que jogávamos no chão para ela ficar encravada em um determinado lugar ) – essa eu só brincava escondido de meus pais, pois eles a considerava perigosa. Meu pai não permitia que eu jogasse nenhum jogo que ele considerava como jogo de azar como, por exemplo, baralho, dominó, sinuca ou “bozó”(jogo de dados). Também não queria que eu me envolvesse com jogos que colocasse em risco minha integridade física. Se me pegasse jogando esses jogos, eu levava uma “pisa” (levava uma surra, apanhava).

Nunca me liguei a brinquedos prontos, tanto porque meus pais eram pobres e não podiam me dá. Tinha prazer em “fabricá-los” (eu mesmo criava, inventava). Um brinquedo simples era pegar uma lata vazia dessas de óleo de comida, ou de leite em pó, colocar certa quantidade de areia ou terra para ela não ficar muito leve, tampá-la, furar um orifício de um lado e de outro, passar um cordão e sair puxando. Outra era pegar duas latas iguais, prendê-las nas extremidades de dois cordões, e segurando nas outras pontas dos mesmos cordões, andar se equilibrando nessas latas sob os pés, como se fosse “pés de palhaço” (varetas de madeiras sobre as quais os palhaços de circo utilizam para se locomoverem). Outra variante eram duas latas pequenas presas nas extremidades de um único cordão, o chamado “telefone”...

Um dos mais inusitados era fazer carros de bois “recortando” palmas ou casca de melancia. Pena que não duravam muito. Outro era caçar “catengas” (espécie de lagartixas) para “encangá-las” (emparelhá-las, duas a duas como se emparelham bois) e fazê-las “puxar” os carrinhos de bois no maior espaço de tempo sem destruí-los. Não era difícil capturá-las. Aliás esse era outro desafio. Tinha que ter muito cuidado, pois diziam que a mordida dela era venenosa e poderia matar. Apesar de ter “perdido a conta” de quantas capturei, nunca fui mordido por nenhuma delas. Havia muitas delas nas paredes e telhados das casas de taipas, comum na região. Para capturá-las, pegava uma palha de coqueiro, tirava a “palha” e deixava somente o “talo”. Na extremidade mais fina dava um “nó cego” deixando um pequeno orifício por onde formava o laço com o espaço suficiente para passar pela cabeça da “catenga”. O próximo passo era localizar a presa. Uma vez escolhida, vinha o desafio maior: me aproximava vagarosamente, essa parte era emocionante, pois requeria controle de movimentos, e passava o laço pela sua cabeça até a altura do pescoço, sem tocá-la. Já com espaço suficiente para capturá-la, puxava com rapidez a palha, laçando-a. Aí sim, tinha o jeito certo de pegá-la para não ser mordido. Não era difícil, bastava segurá-la pelo pescoço, sem dá espaço para que ela virasse a cabeça.

Outra brincadeira que podia fazer envolvendo as “catengas” era a seguinte: à medida que as capturava, com o dedo fazia cócegas na barriga delas e as colocava de “papo para cima”. Elas ficavam “paralisadas”. Quando brincava com outros garotos - as meninas tinham medo e não chegavam nem perto - ganhava quem conseguisse enfileirar mais “catengas”, antes que elas recuperassem os movimentos e desorganizassem as fileiras. Não era meu objetivo exterminá-las, apenas brincar.

Saudades do tempo de outrora...

[De minha autoria] [Fragmento de minha futura autobiografia: “EU, POR MIM MESMO”...]

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