Um tema que me faz pensar e ao mesmo tempo me
deixa triste é o do aborto.
Logicamente
que não tratarei aqui do aborto espontâneo, resultante de algum problema de
saúde da mulher, que não tem nada de ilícito.
Agora, imagine
uma vida independente, mesmo enquanto dependente de outra, ser atacada
ferozmente sufocada, despedaçada, sendo arrancada a força, sem a menor chance de defesa, pela vontade livre e
consciente de quem deveria protegê-la! Isso é o
aborto. Não abordarei os diversos tipos de aborto para não me alongar
ainda mais. Isso você, leitor, pode pesquisar na própria internet.
Recordo-me
do relato de uma senhora com sinais de perturbação que há alguns anos veio
conversar comigo sobre uma situação pela qual passou. Disse ela, estar só,
diante do Santíssimo, em adoração, quando ouviu um bater de asas aproximando-se
dela, por trás. Ela, naturalmente, ficou assustada e, olhando para onde ouviu o
bater de assas, “avistou” um urubu – ave de rapina – voando em sua direção,
trazendo presa ao seu bico o corpo inerte de uma criança. Ao chegar sobre ela,
soltou-a. Ainda, segundo seu relato, o corpo da criança não chegou a cair sobre
ela, pois os dois, a ave de rapina e a criança desapareceram. Nesse momento,
veio-lhe a memória um fato que aconteceu quando ela ainda era adolescente. Ela havia engravidado de seu
primeiro namorado e, por pressão dele e por medo de seus pais descobrirem,
acabou abortando a criança
É verdade que na época
que ela abortou, não tinha noção da gravidade que implicava tal atitude, tanto
porque ainda era adolescente. Sofreu muito, disse-me ela, mas não sabe se por
ignorância do delito; medo que passou do procedimento invasivo para abortar ou
dos seus pais descobrir, ou perder o “namorado” – ele lhe tinha dado um
ultimato: ou abortava ou ela a largava – ou por outro motivo qualquer, ela
tinha deixado “adormecer” a lembrança em sua memória. Perdeu a criança, meses
depois o namorado a deixou, Anos depois, conheceu outro jovem, casou-se e vivia bem com seu esposo. O
que atormentava agora era a lembrança que “voltou” depois dessa traumática experiência.
Ela não tinha ideia de que seus atos do passado pudessem "eclodirem", a qualquer tempo, em problemas como consequências deles.
Ela não tinha ideia de que seus atos do passado pudessem "eclodirem", a qualquer tempo, em problemas como consequências deles.
Como
essa história, já ouvi tantas outras, cada uma no contexto específico da vida da
pessoa envolvida. O que percebi de comum em todas foi o trauma relativo ao
aborto, independentemente do tempo que ocorreu.
Retomemos
a questão. Quem quer que seja aceite ou não cometer tal desatino, o aborto em
qualquer fase que seja a gestação, é, do ponto de vista cristão, um crime
hediondo.
Certamente
que aquelas pessoas que defendem o aborto virão com aqueles argumentos
estapafúrdios, por exemplo, de que tem direito sobre o corpo, como se o que
está sendo gestado dentro delas fosse apenas e tão somente um “órgão”, uma
espécie de “apêndice”, portanto capaz de ser estripado. Não! Não! E não! A
partir da união do espermatozoide com o óvulo, forma-se o “ovo”, onde
acredita-se, do ponto de visa cristão que ali já está uma vida. Dalí, forma-se o
“zigoto”, Mórula”, “Blastócisto, Embrião, “Feto”..., até chegar a ser uma
criança por "completo". Portanto, jamais deve ser tratado como um apêndice.
Mesmo o apêndice que se acreditava que perdeu, ao longo do tempo, sua função no
organismo humano, “em setembro de 2007, um
grupo de cirurgiões e imunologistas da Universidade de Duke, nos Estados
Unidos, publicou um trabalho que mostra o contrário: o apêndice, que faz parte
do sistema digestivo, tem uma função, sim: ele promove o crescimento
populacional de bactérias benéficas para o nosso organismo e facilita o
povoamento dessas bactérias no cólon.”. Fonte: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/apendice-humano-sim-o-apendice-tem-uma-funcao.htm?cmpid=copiaecola.
Independentemente
do que diga a medicina, a ética ou a moral para defender a prática do aborto,
repito: do ponto de vista cristão, é um assassinato. “Cientificamente, a partir do momento de concepção o
ADN possui toda a informação necessária para se tornar uma pessoa adulta
completa. Não existe nenhum critério seguro para dizer que a vida apenas começa
a partir de certo grau de desenvolvimento.” https://www.respostas.com.br/o-que-deus-diz-sobre-o-aborto/.
Nós cristãos
temos que defender a vida desde a origem. A Palavra de Deus é clara quanto a
isso. Ir contra esse princípio cristão é negar a Palavra de Deus. Ela não trata
diretamente sobre essa questão, mas proíbe o assassinato de quem quer que seja:
“Não
matarás”
(Dt 5,17; “Não matarás o inocente e o justo” Ex 23,7b;
Um
dos problemas cruciais que levam muitas mulheres a prática do aborto não é
tanto uma gravidez não planejada por um casal de convivência estável, mas o
sexo desenfreado, promíscuo que se instalou no mundo moderno.
Ora,
uma criança não pediu para vir ao mundo, e jamais pode pagar com a vida a
falta de responsabilidade de seus “pais”, se é que possamos chamar tais pessoas
de pais. Se não querem filhos, melhor não os ter, não pela via da
matança de inocentes, mas pelo cuidado de como coloca em “uso” seu próprio
corpo.
Quando
a mãe corre perigo de morte, somente os pais é quem têm o direito de tomar uma
decisão, pedindo ajuda a Deus. “Se alguém de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus
– que a todos dá liberalmente, com simplicidade e sem recriminação – e ser-lhe-á
dada.”
(Tg 1,5)
E
se a criança gerada for consequência de um estupro, o que fazer? Vários países legislaram
em relação e esse caso. Minha formação cristã acredita que o agressor deve ser
punido. Quanto a mãe, antes de pensar em abortar, deve levantar a possibilidade
de adoção. Quantas famílias que não podem ter filhos gostariam de adotar uma
criança. Tanto porque, a direção que uma criança toma ao longo de sua vida vai
depender não somente da genética, mas em grande parte da formação que receberá
de seus pais, sejam estes biológicos, sejam adotivos.
A vida em todas as suas fases deve ser respeitada, preservada...
E
você o que diz disso?
[De minha autoria]
Crédito da foto: Clicada pela minha irmã Angela, no nascimento
de minha sobrinha Maria Eduarda, em maio de 2014.
Crédito da foto: Clicada pela minha irmã Angela, no nascimento
de minha sobrinha Maria Eduarda, em maio de 2014.
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