“É mais fácil ‘tanger’
boi do que ‘tanger’ gente!” Frase aparentemente de sentido pejorativo se não fosse
pronunciada, o que foi o caso, por uma pessoa simples, nascida e criada em
ambiente rural, utilizando seu senso comum, mas de uma sabedoria incomum. Está
certíssima essa pessoa.
O
ser humano, por mais bom que seja, tem uma tendência a querer acomodar-se na
chamada “zona de conforto”. Em outras palavras, quer valorizar apenas aquilo
que lhe traga benefícios, independentemente do que possa trazer ou fazer aos
outros. Se ele não tiver cuidado; se ele não se “policiar”, dependendo da
direção que tenha dado a sua vida (somatória de suas escolhas com o que herdou
de seus antepassados, pela genética, costumes), ele vai frequentemente entrar
em conflito consigo e também com aqueles que estão a sua volta, e, com isso,
prejudicando a todos.
Algumas
pessoas chegam ao cúmulo de se tornarem tão egoístas que se você der a ela
noventa e nove sim, e, de repente, ter de lhe dar um não, ela será capaz de lhe
crucificar. E da pior forma.
A
menos que a pessoa não tenha nascido com uma deficiência mental, no sentido
patológico, todas são inteligentes. Quanto ao grau de inteligência, vai
depender da vontade de cada uma delas, de como a exercitou, e ainda exercita...
Ela, a inteligência,
pode ser utilizada a favor do bem e do mal, dependendo da índole de cada
pessoa. Aí é que está o problema.
Estamos
a pouco mais de um ano das próximas eleições. Percebemos como as “peças” do “jogo
de xadrez” que é a política suja de nosso país, na atualidade, já começaram a
se mexer. É uma querendo dar “xeque-mate” na outra, a qualquer custo, ou mesmo
a custo muito bem determinado (cargos, verbas...)...
Nós,
míseros eleitores, precisamos estar atentos! Ao que se fala, ao que se escreve,
ao que se transmite, seja na imprensa falada, televisiva ou mesmo na rede
mundial de computadores...
Notícias
manipuladas, textos tendenciosos, fotos comprometedoras... tudo isso pode ser ajustado
ao bel prazer do editor, do proprietário do veículo de comunicação, do
patrocinador, do grupo político a quem interesse e aos etc da vida...
Só
para termos uma ideia de como é fácil manipular, uma foto, por exemplo, para que
ela pareça o que não é; certo dia visitando a comunidade de Puxinanã, da minha
atual paróquia, Santo Antônio de Pádua de Major Izidoro/AL, como gosto muito da
natureza, estive em um local onde havia um grande “lageiro” (pedra). Em várias
partes desse “lageiro, haviam pequenas cavidades naturais que acumularam água
de chuvas passadas. Eu, posicionei a câmara de um ângulo que no meu “imaginário”
pudesse transformar aquela poça d’água num lago. Claro, depois de um simples
trabalho no editor de imagem. Já em casa, com a foto e a imaginação, produzi a
foto e o seguinte texto:
Dependendo
do ângulo,
Da imaginação,
Do psicológico de quem
vê,
O simples parece
complexo;
O complexo, simples;
O pequeno, grande;
O grande, pequeno;
O feio, belo;
O belo, feio;
O perto, distante;
O distante, perto;
O alcançável,
inalcançável;
O inalcançável,
alcançável;
Uma poça d’água, lago;
Pedras, montanhas;
O infinito, azul;
O cosmo, microcosmo;
O fora, dentro de nós!
Outro
dia, passando pela praia de Paripueira, vi um alguém fazendo castelos de areia
na praia. Posicionei a câmara rente ao chão, e fiz alguns montinhos de areia
parecerem montanhas em relação a praia e a algumas pessoas que passava a uma certa
distância. Tudo vai depender de criatividade do fotógrafo, do ângulo em que a
foto foi tirada e do editor.
Outra
vez, vi uma foto de uns sacos de lixo fora de uma lixeira em uma calçada,
acompanhada de um texto criticando a gestão daquela cidade. Via-se claramente
que a foto era tendenciosa e o texto mais ainda. O ângulo estava fechado nela.
Certamente, sem medo de errar, ela foi tirada antes do carro do lixo passar em
alguma rua... se fosse algo real, o ângulo seria aberto e apareceria a rua
inteira cheia de lixo...
Como
podemos ver, da mesma forma que se manipula uma foto, um texto, uma notícia
para o bem... pode-se também manipular para o mal.
Fiquemos
atentos!!!
No próximo ano
poderemos mudar tudo isso. Como disse a sábia senhora, “É mais fácil ‘tanger’
boi do que ‘tanger’ gente!”
[Pe. José Neto de
França]
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