sábado, 11 de março de 2017

NORDESTE BRASILEIRO: EFEITOS DA SECA XV – AINDA O “VELHO” CHICO



Água da transposição do Rio São Francisco chega à Paraíba, diz MPF”. Ao ver esse título de uma notícia veiculada no site g1.globo.com, imediatamente me veio a memória a visão que tive do rio São Francisco, popularmente conhecido por “velho Chico”, na manhã do dia 08 de março desse ano de 2017, quando estive em Xingó, Piranhas/AL.

Naquele dia, um misto de alegria e tristeza agitou meu pensar. Alegria pela exuberância da paisagem vista a partir do local onde eu estava (refeitório do Ifal/Xingó-Piranhas). Para quem ama a natureza, é difícil ver e não se emocionar. Tristeza, por ter visto essa obra que Deus nos deu para ajudar a manter nossa vida natural, “gritar por socorro”. Como assim? Suas águas, minguadas, serpenteando os bancos de areia e as pedras que, antes submersas, agora expostas como uma pele dilacerada pelo desleixo de quem deveria cuidar, administrar sua vida e a vida do outro, independentemente de quem fosse o outro, cintilando, pelo reflexo do sol a pino, como a gritar por socorro.

            Para quem já viu esse rio em época de cheia, ou mesmo no período da escassez de chuva, e compara com a “quadro” que presenciei nesse dia, é triste... muito triste! Jamais o tinha visto assim!

            Em relação a notícia cujo título citei no início desse artigo, concordo que nossos irmãos dos Estados por onde passa a “transposição” tenha todo direito a água. Afinal, ela é vida!

Mas, questiono-me: o que os governantes estão fazendo para resolverem os problemas gerados pelo assoreamento de suas margens e nascentes? Que medidas estão sendo tomadas objetivando sanar, ou diminuir os problemas dos “ribeirinhas” que estão sendo penalizados pela escassez dos peixes, outrora abundantes, principal fonte econômica para a sobrevivência deles? Isso sem falar no impacto ambiental (fauna, flora). Que preocupação o governo tem com a população e com o meio ambiente por onde o “velho” Chico” passa, desde sua nascente, na Serra da Canastra, em Minas Gerais, até o seu “desaguar” no Oceano Atlântico entre Alagoas e Sergipe, de forma toda especial pelo trajeto que fica após o início da famosa “transposição”?

            Cada leitor é livre para refletir e tirar suas próprias conclusões.

O Nordeste brasileiro e o "velho Chico" pedem socorro!!!

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